Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando as contempla. Ele pensa : Minha flor está lá, em algum lugar...

(Saint-Exupéry)

terça-feira, 18 de março de 2014

Ao longe, ao luar...




Ao longe, ao luar,
No rio uma vela
Serena a passar,
Que é que me revela?

Não sei, mas meu ser
Tornou-se-me estranho,
E eu sonho sem ver
Os sonhos que tenho. 
 
Que angústia me enlaça?
Que amor não se explica
É a vela que passa
Na noite que fica.
(Fernando Pessoa)


"A gente é feito pra dizer que sim..."





domingo, 14 de julho de 2013

"Como é bom contemplar...

"Como é bom contemplar o céu, interrogar uma estrela e pensar que ao longe, bem longe, um outro alguém contempla este mesmo céu, essa mesma estrela e murmura baixinho: Saudade!" (Desconheço autoria)

domingo, 7 de julho de 2013

A magia do Sonho



"Tudo o que vemos ou parecemos 
é apenas um sonho dentro de um sonho. "
Edgar Allan Poe
 
 A magia do Sonho 
 Anjos me levam nas asas do vento
Por nuvens de sonhos floridos
Em arco-íris de desejos coloridos
Em caminhos iluminados de emoções.
Atravesso a distância e o tempo
Por paisagens orvalhadas de estrelas
Na velocidade do pensamento
Que me leva a te buscar
Sigo nas asas dos Anjos,
Anjos Poetas e Azuis
Que me ensinam poesias
Que guardo para te dar
Suave brisa vem me acordar
Vejo que foi só um sonho,
mas sinto teu perfume no corpo,
na boca o sabor do teu beijo...
Volto outra vez a sonhar...
(Tahyane Rangel)

Há despedidas que são pedidos para ficar...



 
Há despedidas que são pedidos para ficar.
Há pedidos que ficam.
Há despedidas que nunca deveriam ter acontecido.
Há encontros que nunca deveriam ter ocorrido.
Há passado que nunca deveria ter sido registrado.
Há presente tão sofrido!
Há memoria do que ficou no registro do tão só desejado, mas nunca acontecido, que, ainda hoje, marca.
Há despedidas arrependidas.
Há chegadas que, de súbitos, mudam o rumo de nossa vida.
Há desejos puros e verdadeiros.
(Pe. Airton Freire)

O primo Basílio - Eça de Queiroz



E Luísa tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saia delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações! 

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve, o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já não se vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. 
(O primo Basílio, Cap. IV, Eça de Queiroz)